Retrospectiva 2025: Brasil fechou Pan-Americano Júnior com recordes, metas cumpridas e legado fortalecido
Primeira missão do ciclo olímpico contou com campanha histórica em Assunção, batendo recorde de medalhas e cumprindo metas estratégicas

Time Brasil liderou o quadro geral de medalhas do Pan Júnior Assunção 2025 com 175 pódios. Foto: Marina Ziehe/COB
O desempenho do Time Brasil nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção 2025 marcou um início de ciclo promissor para o esporte olímpico brasileiro. Em uma edição histórica, a delegação encerrou sua participação com o maior número de medalhas já conquistado pelo país, superando a campanha de Cali 2021 e reforçando a força da nova geração. Foram 70 medalhas de ouro e 175 pódios ao todo.
Joyce Ardies, sub-chefe da Missão e gerente de Jogos Internacionais do COB, destaca que os Jogos deixaram um legado além do quadro de medalhas: “o principal legado desta edição é a consolidação de uma geração que já mostra maturidade competitiva e capacidade de protagonismo internacional”, explica.
Os resultados alcançados pelo Time Brasil sintetizaram o trabalho de base realizado pelas confederações e o planejamento conduzido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Bruno Martins, Gerente de Planejamento e Gestão Esportiva do COB, explica que essa combinação cria “um ecossistema esportivo sólido e orientado ao alto rendimento”.
“As Confederações têm realizado um planejamento técnico consistente, ampliando calendários competitivos, fortalecendo equipes multidisciplinares e criando ambientes de treinamento cada vez mais profissionais (...). Ao mesmo tempo, o COB atuou de forma estratégica no apoio final às equipes, garantindo recursos, infraestrutura adequada, serviços especializados e soluções logísticas que permitem que os atletas cheguem às competições focados exclusivamente em performar”, detalha Bruno.
ESTRUTURA COMO ENGRENAGEM DOS RESULTADOS
Primeira missão do ciclo, Assunção também se destacou pela solidez da estrutura operacional montada pelo Time Brasil. A participação na competição exigiu uma ampla coordenação logística, envolvendo deslocamentos, alimentação, distribuição de uniformes, organização de treinos, credenciamentos e suporte multidisciplinar.
Joyce Ardies explica que a experiência acumulada em edições anteriores em Assunção permitiu antecipar desafios e minimizar riscos operacionais ao longo do evento: “aproveitamos a experiência de edições anteriores na cidade-sede para antecipar possíveis imprevistos. Em muitos casos, pequenos detalhes, como garantir alguns minutos adicionais de descanso, evitar filas em refeitórios ou longos deslocamentos para treinamentos em instalações externas, podem fazer uma grande diferença.”
Ela também destaca que, embora muitas vezes invisível ao público, a logística é um fator determinante para o sucesso esportivo em competições internacionais. Segundo Joyce, quando a delegação conta com uma operação bem estruturada, o impacto direto é percebido no desempenho em quadra.
“Quando uma delegação chega a um evento internacional com uma logística bem estruturada — que abrange desde voos e transporte interno até acesso a locais de treino e refeições adequadas — os atletas podem se concentrar no que realmente importa: treinar, descansar e competir”, detalha Joyce Ardies.
REPRESENTATIVIDADE FEMININA NA DELEGAÇÃO
A edição de Assunção também representou um avanço importante em termos de diversidade. O COB superou sua meta institucional e levou uma delegação com 31% de mulheres ocupando cargos de gestão esportiva, incluindo treinadoras, fisioterapeutas e chefes de equipe. Esse crescimento decorre de iniciativas como a área “Mulher no Esporte” e o programa de mentoria MIRA, que vêm qualificando e ampliando a presença feminina em posições de liderança.
“A diversidade amplia formas de pensar, contribui para ambientes mais equilibrados e colaborativos quando se permite a participação e escuta de perspectivas diferentes. Além disso, a presença feminina em funções diversas na missão cria referências importantes para atletas jovens, que passam a enxergar trajetórias possíveis dentro e fora do campo de jogo”, explicou.
RUMO AO PAN ADULTO DE 2027
Além dos pódios, o Brasil garantiu 48 vagas diretas para os Jogos Pan-Americanos adultos de Lima 2027, um passo estratégico no planejamento do próximo ciclo olímpico. A missão em Assunção reforçou a percepção de que o país conta com uma base sólida, competitiva e preparada para formar novos protagonistas do esporte olímpico brasileiro.
Ao comentar o impacto da vivência internacional no desenvolvimento dos atletas, Joyce Ardies destacou: “atletas jovens tiveram contato com o ecossistema dos Jogos Multiesportivos Internacionais, enfrentando ambientes de pressão e formatos semelhantes aos de eventos adultos. Eles vivenciaram as exigências de uma missão oficial do COB, o que ajuda a reduzir a curva de adaptação quando chegam ao Pan-Americano adulto de 2027 ou até mesmo aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028”.
ATLETAS HOMENAGEADOS NO PRÊMIO BRASIL OLÍMPICO
Com uma edição vitoriosa, o Prêmio Brasil Olímpico reconheceu o desempenho de alguns atletas nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção. Entre eles, a nadadora Stephanie Balduccini conquistou oito ouros nas águas de Assunção e se tornou a maior medalhista da competição. Com o feito, a atleta venceu a categoria Destaque dos Jogos Pan-Americanos Júnior 2025 do Prêmio Brasil Olímpico.
Além de Stephanie, outra conquista do Pan Júnior também foi reconhecida na premiação: a equipe do Quatro Sem do remo, formada por Andrei Jessé, Diogo Volkmann, Kayki Rocha e Miguel Marques, recebeu a Medalha Vanderlei Cordeiro de Lima, honraria que celebra gestos de espírito olímpico, ética e humanidade no esporte, após conquistar a medalha de bronze mesmo com a perda de um dos remos durante a prova.












